Fertilizantes organominerais ganham espaço no campo e impulsionam agricultura sustentável

Uso de resíduos animais e vegetais na adubação melhora a qualidade do solo, reduz perdas por lixiviação e diminui impacto ambiental, afirma especialista da Agross.

Fertilizantes organominerais ganham espaço no campo e impulsionam agricultura sustentável

O uso de fertilizantes organominerais tem crescido de forma significativa na agricultura brasileira, apontado por especialistas como uma alternativa sustentável e eficiente para a nutrição das plantas. A combinação de componentes orgânicos e minerais contribui não apenas para o aumento da produtividade, mas também para a conservação dos solos e a redução de impactos ambientais.

Durante entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, o engenheiro agrônomo Richardson dos Santos, com 25 anos de experiência no setor e supervisor da divisão de biológicos e nutrição da Agross, explicou os benefícios do organomineral em comparação aos fertilizantes convencionais. Segundo ele, a evolução da adubação mineral para o organomineral representa um avanço importante no manejo agrícola.

“O organomineral une o melhor dos dois mundos: parte orgânica — proveniente de resíduos animais, como esterco de frango, suíno e bovino, ou até resíduos da indústria alimentícia — e parte mineral, como os tradicionais sais NPK”, explica Richardson.

“Essa combinação permite uma liberação mais lenta e gradual dos nutrientes, o que favorece a absorção pela planta no tempo certo e reduz perdas por lixiviação.”

Além de contribuir para uma nutrição mais eficiente, os fertilizantes organominerais promovem a saúde do solo. A matéria orgânica presente nesse tipo de insumo aumenta a capacidade de retenção de água, fortalece a estrutura física do solo e cria um ambiente mais propício para a vida microbiana. Isso faz com que a planta demore mais para sofrer com estresses hídricos, como períodos de seca.

“A parte orgânica ajuda o solo a reter água e a manter os nutrientes por mais tempo. Com isso, o adubo não é lavado tão facilmente pelas chuvas e o risco de contaminação dos lençóis freáticos e rios é reduzido. É um grande ganho ambiental”, destaca o especialista.

Outro ponto abordado na entrevista foi o processo de maturação necessário antes da aplicação do componente orgânico. Richardson alertou que o uso direto de esterco fresco pode prejudicar as plantas devido à liberação de gases durante a fermentação. “O resíduo precisa passar por um processo controlado, com viradas, adição de água e tempo adequado de decomposição, para liberar os gases tóxicos e garantir um composto seguro e benéfico.”

Esse processo, conhecido como ciclagem de nutrientes, é fundamental para reintegrar ao solo os elementos presentes em folhas, caules e cascas que, de outra forma, seriam descartados.

“Quando esses resíduos são decompostos adequadamente, devolvem nutrientes importantes, como fósforo e potássio, para o solo, fechando o ciclo de forma natural”, afirma.

Richardson também defendeu o uso da adubação verde como estratégia complementar para manter o solo coberto e ativo biologicamente. Plantas como nabo forrageiro, crotalária e mileto podem ser cultivadas entre safras ou em consórcio com culturas comerciais. “Essas espécies acumulam nutrientes, que são liberados de volta ao solo após a dessecação, acelerando a decomposição e enriquecendo a matéria orgânica.”

Segundo o agrônomo, o manejo com organominerais também contribui na mitigação das emissões de gases do efeito estufa. A matéria orgânica presente nesses fertilizantes ajuda a reter o carbono no solo, evitando sua conversão em dióxido de carbono e metano — dois dos principais vilões do aquecimento global.

“Ao cuidar melhor do solo com matéria orgânica, o produtor não só melhora sua produção como ajuda o meio ambiente. A natureza é sábia: tudo que é devolvido de forma correta, ela reaproveita”, finaliza.

A crescente adoção de fertilizantes organominerais mostra que o futuro da agricultura passa por práticas mais conscientes e integradas com os ciclos naturais. Além de aumentar a eficiência produtiva, essa tecnologia fortalece a saúde do solo e reduz impactos ambientais, alinhando rentabilidade à sustentabilidade.


Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.