A longevidade das fazendas norte-americanas, muitas delas já em sua terceira, quarta ou até nona geração, está diretamente relacionada à profissionalização da gestão, uso intensivo de tecnologia e à valorização da cultura do campo. É o que destaca Fábio Torquato, presidente da AgroTravel, empresa especializada em viagens técnicas voltadas ao agronegócio, em entrevista ao programa Ganhando o Futuro, apresentado por Luciana Yurie.
Torquato relatou a experiência de um grupo de produtores brasileiros que visitou propriedades nos estados de Illinois e Texas, nos Estados Unidos, com foco na sucessão familiar. Segundo ele, cada viagem funciona como um verdadeiro MBA no campo, oferecendo aprendizados que vão muito além da observação técnica.
“Nos Estados Unidos, é comum vermos propriedades com várias gerações trabalhando juntas. Isso se deve, em grande parte, ao orgulho cultural que essas famílias têm em continuar os negócios”, explica.
A principal diferença entre os modelos norte-americano e brasileiro, segundo o executivo, está justamente na cultura. Enquanto muitos jovens americanos seguem na agricultura por tradição e orgulho familiar, no Brasil ainda há desafios em manter as novas gerações no campo. No entanto, essa realidade está começando a mudar.
“A gente percebe um movimento de retorno ao campo, com jovens levando inovação, sustentabilidade e tecnologia para dentro das propriedades”, ressalta.
Durante as visitas, os brasileiros se surpreenderam com propriedades inteiras operadas por famílias. “Mesmo em fazendas de grande porte, é comum ver o marido, a esposa e os filhos dividindo tarefas administrativas e operacionais”, conta Torquato. Em meio à escassez de mão de obra, esse modelo fortalece os vínculos familiares e assegura a continuidade dos negócios.
Entre os aspectos mais marcantes da viagem, Fábio destaca duas situações simbólicas: uma fazenda liderada por uma mulher e outra prestes a encerrar atividades por falta de herdeiros interessados.
“Em um dos casos, o proprietário nos disse: ‘Se eu morrer, acabou a fazenda’. Isso nos mostra como a sucessão não é garantida, mesmo com toda a estrutura.”
Outro ponto observado pelos produtores brasileiros foi o uso intensivo de dados na tomada de decisões. “Nos EUA, tudo é medido, analisado e transformado em estratégia. E o Brasil não está muito atrás. Grandes produtores já têm esse nível de profissionalização, com máquinas modernas e softwares de gestão que garantem competitividade internacional”, afirma.
Mas o desafio está no pequeno e médio produtor. De acordo com Fábio, o agro brasileiro é extremamente diverso, com regiões como Roraima apresentando realidades completamente diferentes das do Mato Grosso.
“A escala é um fator limitante para o acesso à tecnologia. Adaptar modelos bem-sucedidos para realidades menores exige políticas públicas, cooperativismo e apoio técnico mais próximo”, pontua.
Sobre sustentabilidade, o executivo reverteu a imagem negativa que muitos brasileiros têm de si próprios. Ao compartilhar com agricultores norte-americanos que há propriedades no Brasil que preservam até 80% da área total, a reação foi de admiração. “Eles ficaram impressionados com a quantidade de regras que seguimos aqui e, mesmo assim, conseguimos ser produtivos. Eles nos chamaram de heróis”, relembra.
Fábio reforça que o uso de bioinsumos — tecnologia que vem crescendo tanto nos EUA quanto no Brasil — é um exemplo prático de como sustentabilidade pode caminhar lado a lado com aumento de produtividade. “Não é só discurso. Já temos resultados concretos com práticas sustentáveis”, destaca.
Ao final da entrevista, o presidente da AgroTravel deixa um recado aos produtores brasileiros:
“A sucessão começa com cultura. Precisamos despertar o orgulho nas novas gerações e construir esse caminho aos poucos, com paciência e planejamento. O futuro do agro depende disso.”
Feras da Sustentabilidade
No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.
Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br
O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.