Armazenagem inadequada pode gerar perdas de até 15% na produção de grãos, alerta especialista

Diretora de marketing da Kemin destaca a importância do monitoramento pós-colheita e boas práticas de armazenagem para evitar prejuízos e garantir segurança alimentar.

Armazenagem inadequada pode gerar perdas de até 15% na produção de grãos, alerta especialista

Garantir a qualidade dos grãos armazenados após a colheita pode ser a diferença entre lucro e prejuízo na lavoura. Em entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, a diretora de marketing da Kemin, Natália Vicentini, alertou para os riscos invisíveis que comprometem a conservação dos grãos e detalhou boas práticas para mitigar perdas durante a armazenagem.

Segundo a especialista, muitos produtores investem pesado na fase de lavoura, mas acabam negligenciando a etapa pós-colheita, onde podem ocorrer perdas significativas caso não haja um bom controle da armazenagem.

“O que é colhido com uma mão pode ser perdido com a outra se não houver cuidado com o armazenamento”, afirmou.

Entre os principais vilões estão os fungos, a infestação por insetos e a fermentação causada por calor e umidade excessivos nos silos. Esses fatores, muitas vezes invisíveis a olho nu, se potencializam e formam um ciclo destrutivo.

“O inseto pode abrir a porta para a ação dos fungos, que geram calor e umidade, alimentando a fermentação. É um efeito cascata”, explicou Natália.

A especialista pontua que não é necessário um grande investimento para iniciar um bom manejo pós-colheita. Ações simples, como a escolha de lonas de qualidade para silo bolsa e a limpeza adequada entre cargas em silos metálicos, já contribuem para a conservação. Outro cuidado essencial é evitar o armazenamento de grãos úmidos e manter um controle regular de temperatura. “Um termômetro de espeto simples já pode ser suficiente para iniciar o monitoramento”, disse.

A temperatura ideal deve ficar abaixo de 25ºC. Acima desse valor, a atividade microbiológica aumenta e o risco de deterioração se eleva. Fungos como Aspergillus, comuns em ambientes de armazenagem, prosperam em temperaturas altas. “Só diminuir a temperatura não resolve totalmente, mas entender essas variações é fundamental”, alerta.

Natália reforça que o monitoramento precisa ser contínuo e adaptado à rotina de cada propriedade.

“Não adianta medir uma vez por mês. O ideal é ter uma frequência semanal e registrar os dados. Só com histórico conseguimos identificar tendências e agir preventivamente”, afirma.

A negligência com essa etapa pode gerar prejuízos expressivos. De acordo com dados apresentados por Vicentini, perdas por fermentação ou deterioração podem chegar a 10%, enquanto desclassificações por grãos mofados ou avariados podem representar até 15% de impacto na lucratividade. Além disso, o armazenamento estratégico por até três meses após a colheita pode garantir ao produtor um valor adicional de 8% a 20% no preço de venda, segundo a Conab.

Outro ponto importante citado por Natália é a limpeza entre safras. “Mesmo que seja só uma raspagem ou aplicação de produto aprovado pelo Ministério da Agricultura, isso já reduz o risco microbiológico”, orienta.

Para produtores que ainda não adotam práticas de conservação, a diretora recomenda começar pelo básico: controlar a temperatura, manter os grãos em umidade adequada e fazer inspeções visuais frequentes.

“O grão continua sendo um organismo vivo dentro do silo. Ele respira, gera calor, pode ter insetos e interage com o ambiente. Armazenamento não é um cofre, é um sistema vivo que precisa ser gerenciado”, finaliza.

Natália reforça que, para garantir a segurança alimentar e a rentabilidade no campo, não basta colher bem — é preciso conservar com inteligência.

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.