Boas práticas na armazenagem de grãos elevam segurança do alimento e abrem portas para exportação

Natália Vicentini destaca como medidas de controle e rastreabilidade garantem qualidade dos grãos e atendem exigências de mercados como União Europeia e Ásia.

Boas práticas na armazenagem de grãos elevam segurança do alimento e abrem portas para exportação

Boas práticas de armazenagem, controle de qualidade e sustentabilidade são essenciais para garantir não apenas a segurança do alimento, mas também o acesso a mercados internacionais. Essa foi a principal mensagem da diretora de marketing da Kemin, Natália Vicentini, durante entrevista ao programa Ganhando o Futuro, apresentado por Gustavo Buck.

Logo no início da conversa, Natália esclareceu uma dúvida comum: a diferença entre segurança alimentar e segurança do alimento.

“A segurança do alimento diz respeito à inocuidade — ou seja, à qualidade sanitária dos alimentos, para que não ofereçam riscos à saúde. Já a segurança alimentar está relacionada à disponibilidade de alimentos para toda a população”, explicou.

Segundo ela, uma falha no armazenamento pode comprometer ambas, ao desperdiçar alimentos e colocar em risco sua qualidade.

Durante a entrevista, Natália alertou que os principais riscos no armazenamento de grãos podem ser físicos, químicos ou biológicos. Entre os exemplos, ela citou desde fragmentos de equipamentos que caem nos silos, até contaminações por microtoxinas — substâncias químicas produzidas por fungos.

“O papel do armazém não é melhorar o grão, e sim conservar a qualidade que ele já tem ao chegar do campo”, pontuou.

Outro destaque da entrevista foi a importância da rastreabilidade na produção. A executiva afirmou que a identificação da origem de cada lote é essencial para prevenir a contaminação cruzada entre grãos de diferentes níveis de qualidade. “É fundamental saber de onde veio cada lote e separá-los adequadamente. Misturar um lote contaminado com um seguro só piora a situação”, disse.

Natália também comentou sobre os desafios envolvendo a umidade dos grãos. Segundo ela, tanto o excesso quanto a falta de umidade prejudicam o armazenamento e podem afetar o rendimento do produtor.

“Grãos muito secos são mais suscetíveis a quebras, o que facilita a entrada de contaminantes. Por outro lado, grãos com umidade elevada perdem peso e qualidade”, explicou.

A sustentabilidade na armazenagem foi outro ponto abordado. Natália afirmou que boas práticas nesse setor já são pré-requisitos para abrir mercados exigentes como o europeu e o asiático.

“Esses mercados fiscalizam rigorosamente aspectos como rastreabilidade, desmatamento, uso responsável de defensivos e condições de trabalho. Quem estiver antenado a essas exigências consegue agregar mais valor ao seu produto”, destacou.

Ela mencionou que selos como o Global GAP e o Mais Integridade conferem vantagens competitivas aos produtores e armazenadores que seguem boas práticas. Segundo a diretora, há casos em que grãos mal rastreados foram usados na produção de ração animal, afetando toda a cadeia produtiva da carne, inclusive com sanções à exportação.

Como ferramentas para quem quer implementar melhorias, Natália indicou o uso da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), além dos manuais de boas práticas de armazenagem, disponíveis gratuitamente em plataformas como a da Embrapa. “Esses materiais ajudam a mapear riscos e estabelecer protocolos de controle. Cooperativas também têm muita bagagem nesse tema”, afirmou.

No encerramento, Natália reforçou o potencial do Brasil no cenário global.

“Somos um dos principais exportadores de milho, soja e farelo de soja. Para continuar crescendo, precisamos tecnificar ainda mais nossa produção e nos alinhar às exigências internacionais.”

A entrevista faz parte do programa Ganhando o Futuro, que debate temas ligados à agricultura e ao agronegócio com foco em boas práticas, inovação e produtividade no campo.

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.