Brasil quer protagonismo na COP30 com modelo sustentável de produção no campo

Evento da ONU em Belém será vitrine para mostrar que o agro brasileiro é solução para as mudanças climáticas, defende especialista do Conselho Científico Agro Sustentável

Brasil quer protagonismo na COP30 com modelo sustentável de produção no campo

A Conferência das Partes sobre Mudança do Clima das Nações Unidas, a COP30, será realizada no Brasil, em 2025, e promete ser um marco para o reconhecimento internacional da produção agropecuária nacional. A avaliação é da advogada Lídia Cristina dos Santos, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), que defende que o evento trará a oportunidade de mostrar ao mundo que o Brasil alia produção de alimentos à preservação ambiental de forma única.

Em entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, Lídia destacou a importância estratégica da escolha de Belém como sede da conferência.

“A localização foi pensada para dar protagonismo à Amazônia e à realidade brasileira. Vai ser um momento de destaque para o produtor rural, que poderá mostrar ao mundo que o que fazemos aqui é diferenciado”, afirmou.

Segundo ela, o produtor rural brasileiro preserva o meio ambiente como poucos no mundo. Dados da Embrapa revelam que 66% do território nacional está preservado, sendo que um terço disso se encontra dentro de propriedades rurais, sob a forma de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais, exigidas pelo Código Florestal — considerado o mais rígido do mundo. “Isso raramente é destacado nas discussões internacionais”, lamentou.

A especialista ressaltou ainda que o Brasil é líder mundial no uso de bioinsumos — produtos de origem biológica usados no controle de pragas e doenças —, o que reduz a necessidade de defensivos químicos e as emissões de gases de efeito estufa.

“Mais de 50% dos produtores já utilizam esses produtos. É um caminho que ajuda a diminuir custos, evitar resistências de pragas e ainda contribui para um sistema produtivo mais limpo e eficiente”, explicou.

Além dos bioinsumos, Lídia destacou o uso de fixadores biológicos de nitrogênio, que reduzem a dependência de fertilizantes químicos, e o sistema de plantio direto, prática desenvolvida no Brasil na década de 1970.

“O plantio direto, que mantém a palha no solo, permite que se produza mais de uma safra na mesma área. Isso é um exemplo claro de inovação brasileira que gera ganhos de produtividade com menor impacto ambiental”, disse.

A energia limpa também é um trunfo do país. Enquanto a média de emissões de gases de efeito estufa dos países do G20 é alta, o Brasil contribui com apenas 3% das emissões globais e tem uma matriz energética composta por 87% de fontes renováveis, segundo Lídia. “Esses dados precisam ser divulgados ao mundo, e a COP30 será o palco ideal para isso.”

Apesar dos avanços, Lídia apontou que o agronegócio ainda enfrenta problemas de comunicação. “O discurso equivocado sobre o produtor rural precisa ser desmistificado. Há um esforço diário, técnico e responsável por parte dos agricultores, que muitas vezes não é percebido por quem está na cidade.”

Ela também chamou atenção para a necessidade de alinhar o discurso brasileiro para o evento internacional. “O olhar do mundo vai estar aqui. É a nossa chance de mostrar que somos parte da solução e não do problema. Mas para isso, precisamos apresentar um discurso técnico, bem embasado e acessível.”

Por fim, Lídia falou sobre o papel do CCAS, organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada em 2011, que reúne cientistas e professores de diversas áreas do agro com o objetivo de traduzir o conhecimento técnico para a sociedade urbana.

“Nossa missão é levar a realidade do campo para quem está na cidade, em uma linguagem clara. Foi assim que eu mesma me conectei com o agro, mesmo não vindo de uma família de agricultores.”

A COP30 deverá reunir representantes de 196 países, que se encontram anualmente para discutir ações globais de combate às mudanças climáticas. Para o Brasil, o evento representa uma oportunidade única de mostrar que é possível produzir alimentos, preservar o meio ambiente e oferecer soluções climáticas para o mundo.

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.