Macrobiológicos ganham espaço na agricultura brasileira

Uso de ácaros e insetos predadores no controle de pragas cresce e impulsiona sustentabilidade no campo.

Macrobiológicos ganham espaço na agricultura brasileira

O uso de agentes biológicos no controle de pragas tem ganhado força no agronegócio brasileiro. No programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, o CEO da Promip, Marcelo Poletti, destacou a importância dos macrobiológicos na agricultura, um mercado em expansão que alia eficiência no combate a pragas à sustentabilidade.

Os macrobiológicos são organismos vivos, como ácaros e insetos predadores, que ajudam no controle de pragas de forma natural, reduzindo a necessidade de defensivos químicos. Poletti explica que esses agentes se diferenciam dos microbiológicos, que envolvem bactérias, fungos e vírus, pois atuam diretamente sobre os organismos indesejáveis no campo. “Os produtores estão cada vez mais abertos ao uso desses agentes, percebendo seus benefícios tanto na produtividade quanto na sustentabilidade das lavouras”, afirmou.

Quebra de paradigmas no campo

Quando a Promip começou a trabalhar com macrobiológicos, em 2006, a aceitação era um dos grandes desafios. “Muitos agricultores tinham resistência à ideia de liberar mais organismos vivos nas plantações, pois já lidavam com pragas que comprometiam a produção”, comentou Poletti. Contudo, a comprovação da eficácia desses agentes na redução de pragas foi fundamental para mudar esse panorama.

Um exemplo desse sucesso foi o registro do primeiro ácaro predador no Brasil, o Neoseiulus californicus, indicado para o controle do ácaro rajado, praga comum em culturas como morango, rosas e pimentão.

“Hoje, o produtor compreende que esses ácaros e vespinhas parasitoides são aliados poderosos no controle biológico”, destacou.

Produção e distribuição: desafios do setor

Apesar da crescente adoção dos macrobiológicos, a produção e a distribuição desses organismos ainda representam desafios. Segundo Poletti, a identificação de espécies adaptadas às condições agrícolas brasileiras exige um intenso trabalho de pesquisa e bioprospecção. “Primeiro, coletamos organismos no campo, depois passamos pelo desenvolvimento tecnológico e pelos testes de eficiência antes de disponibilizá-los ao mercado”, explicou.

Além disso, a curta vida útil dos macrobiológicos é um obstáculo logístico. Alguns produtos precisam ser aplicados em até sete dias após a produção, tornando a distribuição rápida essencial para o sucesso da estratégia. “Temos conseguido entregar esses organismos em até 48 horas para diversas regiões do Brasil, mas seguimos aprimorando nossa estrutura logística”, ressaltou.

Monitoramento e aplicação: tecnologia a favor do produtor

Para garantir a eficiência do controle biológico, o monitoramento das pragas é fundamental. Poletti enfatiza que o uso de armadilhas e a contagem periódica das populações de pragas permitem determinar o momento ideal para a liberação dos agentes biológicos. “O produtor precisa identificar quando a praga atinge um nível crítico para então liberar os predadores naturais”, explicou.

Com os avanços tecnológicos, os drones têm se tornado uma ferramenta importante na aplicação de macrobiológicos.

“A tecnologia tem facilitado a dispersão desses organismos em grandes áreas, aumentando a eficiência e reduzindo os custos operacionais”, apontou o CEO da Promip.

O futuro dos macrobiológicos na agricultura

O mercado de defensivos biológicos está em constante crescimento, impulsionado pela busca por alternativas mais sustentáveis. A expectativa é que novas espécies de macrobiológicos sejam desenvolvidas, ampliando o leque de soluções disponíveis para os agricultores.

“A pesquisa e o desenvolvimento continuam sendo fundamentais para avançarmos nessa frente. Com um trabalho integrado entre produtores, cientistas e indústrias, conseguiremos tornar o controle biológico cada vez mais acessível e eficiente”, concluiu Poletti.

Com a adoção crescente de soluções biológicas, o Brasil se posiciona como um dos líderes no uso de tecnologias sustentáveis na agricultura, fortalecendo sua produção e reduzindo impactos ambientais.

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.