Mudanças climáticas afetam absorção de nutrientes e exigem nova abordagem na adubação

Consultor Sérgio Hanai alerta para necessidade de manejo inteligente e destaca papel dos extratos vegetais e da nutrição foliar diante das oscilações do clima.

Mudanças climáticas afetam absorção de nutrientes e exigem nova abordagem na adubação

As alterações climáticas vêm transformando o cenário da agricultura brasileira, especialmente no que diz respeito à nutrição das plantas. Em entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, o consultor em horticultura Sérgio Hanai destacou que as mudanças no ambiente interferem diretamente na capacidade das plantas de absorver nutrientes, exigindo do produtor um novo olhar sobre o manejo nutricional.

“Se coloque no lugar da planta: 40 graus na cabeça, solo quente, ou debaixo de chuva e frio. Você conseguiria se alimentar bem assim? A planta também não”, comparou Hanai.

Segundo ele, apesar dos avanços no melhoramento genético, as plantas continuam sendo organismos vivos extremamente sensíveis às condições ambientais.

Nos últimos anos, o clima vem se comportando como uma “caixinha de surpresas”. Invernos menos rigorosos, verões mais intensos e chuvas irregulares têm sido constantes. Para o consultor, manter práticas de adubação baseadas em padrões antigos, sem considerar as novas condições climáticas, é um erro grave.

“Não adianta insistir na mesma adubação de sempre se o ambiente mudou. Precisamos medir, analisar e posicionar a nutrição no momento certo”, afirmou.

Um ponto crucial para esse novo manejo é o entendimento do solo, que deve ser observado sob três aspectos: físico, químico e biológico. Para Hanai, esses componentes funcionam de maneira interdependente.

“Não adianta investir em adubo se o solo está compactado. Sem raiz, não há absorção eficiente. É como tentar comer sem ter boca”, explicou. A recomendação é clara: “faça uma análise de solo. Esse é o primeiro passo para um manejo eficiente.”

Diante de condições ambientais extremas, como calor excessivo ou chuvas prolongadas, Hanai defende o uso complementar da nutrição foliar. No entanto, ele faz um alerta: esses produtos não substituem a adubação de base.

“Eles são ferramentas importantes, desde que usados com critério. Não existe produto milagroso”, reforçou.

Os adubos foliares, segundo o consultor, têm se popularizado, especialmente por sua capacidade de fornecer micronutrientes essenciais, como o boro, em momentos críticos.

Outro ponto levantado na entrevista foi a importância da fisiologia vegetal no sucesso do manejo nutricional. Segundo Hanai, muitas vezes os sintomas de deficiência e excesso de nutrientes são parecidos e podem confundir o produtor. Por isso, é preciso interpretar com cuidado sinais como amarelecimento, arroxeamento ou baixo desenvolvimento da planta.

“Uma planta que parece deficiente pode, na verdade, estar sofrendo por excesso de algum nutriente. E isso exige análise, não suposição”, explicou.

O especialista ainda enfatizou a crescente exigência dos híbridos modernos de hortaliças, que, embora mais produtivos, demandam um nível maior de precisão nutricional. “Com o ciclo mais curto, errar um dia pode significar perda de produtividade. São materiais que entregam mais, mas que também exigem mais”, disse.

Por fim, Hanai defende a construção de um ciclo positivo de solo e planta, em que práticas bem executadas promovam raízes mais saudáveis e, consequentemente, maior absorção de nutrientes. Para isso, a informação e o conhecimento técnico são aliados indispensáveis.

“Nutrição e fisiologia andam juntas. Precisamos colocar o que a planta precisa, na quantidade certa e no momento certo”, concluiu.

A entrevista é um alerta para os produtores rurais que desejam manter a produtividade em alta mesmo diante das instabilidades climáticas. O caminho, segundo Hanai, não está em soluções mágicas, mas em manejo consciente, análise criteriosa e uso estratégico das tecnologias disponíveis.

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.

Interferência do ambiente na absorção de nutrientes