Novo marco legal dos bioinsumos revoluciona regras para uso e produção no campo

Legislação específica garante segurança jurídica para produtores e impulsiona tecnologias sustentáveis no agronegócio.

Novo marco legal dos bioinsumos revoluciona regras para uso e produção no campo

Uma transformação silenciosa, mas decisiva, vem ocorrendo no agronegócio brasileiro: o novo marco legal dos bioinsumos. Aprovado após intensos debates no Congresso Nacional, ele estabelece regras claras para o uso, produção e comercialização desses produtos de origem biológica, marcando uma ruptura com o antigo enquadramento legal que os tratava como agrotóxicos. A mudança é celebrada por especialistas, como a advogada Lídia Cristina dos Santos, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), que detalhou os avanços durante entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural.

“Antes, os bioinsumos estavam dentro da mesma legislação dos defensivos químicos. Isso criava barreiras burocráticas, insegurança jurídica e impedia o avanço dessa tecnologia no campo”, explica Lídia.

Com a nova legislação, esses produtos passam a ser reconhecidos por sua natureza e função distintas, abrindo caminho para a inovação e a sustentabilidade na agricultura brasileira.

Segundo a especialista, o conceito de bioinsumo agora inclui não apenas agentes de controle biológico de pragas, mas também produtos que estimulam o crescimento vegetal, fortalecem a resistência das plantas e condicionam o solo. A lei é flexível e prevê a incorporação de novas tecnologias que venham a surgir. “É um conceito aberto, que permite que a legislação acompanhe os avanços da ciência”, reforça.

O novo marco também regulariza a chamada produção on-farm — a multiplicação de micro-organismos diretamente nas propriedades rurais. Essa prática, antes considerada uma “zona cinzenta” legal, agora é regulamentada. O produtor pode produzir seu próprio bioinsumo, desde que siga critérios técnicos, use cepas autorizadas e conte com acompanhamento profissional.

“Isso democratiza o acesso à tecnologia e reduz custos de produção, especialmente para pequenos e médios agricultores”, avalia Lídia.

A advogada lembra que o debate sobre a produção on-farm foi um dos pontos centrais da construção da Lei nº 14.785/2023 (antigo PL 15.070), que instituiu o marco legal. “Foi uma discussão bonita, em que se equilibrou a preocupação com a segurança e a eficiência dos produtos com o direito do produtor de adotar práticas sustentáveis em sua lavoura”, destaca.

Além disso, a nova legislação cria um novo mercado: o comércio de inóculos — os micro-organismos em sua forma pura, antes da formulação comercial. Essa alternativa, segundo Lídia, permite que cooperativas e produtores tenham acesso à base biológica para multiplicação, com respaldo legal.

“O Brasil está na vanguarda mundial ao permitir esse tipo de comercialização. Isso muda a lógica do setor”, afirma.

Outro avanço significativo é a exclusão dos bioinsumos da obrigatoriedade de avaliação pela Anvisa e pelo Ibama, como ocorria quando eram classificados como defensivos. Agora, cabe ao Ministério da Agricultura analisar esses produtos, o que torna o processo mais ágil, sem abrir mão da segurança. Produtos já amplamente conhecidos e utilizados poderão ter tramitação mais simplificada, enquanto os novos passarão por avaliação rigorosa.

A combinação de inovação, sustentabilidade, segurança jurídica e abertura de mercado explica o crescimento do interesse por bioinsumos.

“O mundo inteiro está exigindo práticas agrícolas mais sustentáveis. O produtor brasileiro precisa de respaldo legal e acesso à tecnologia para atender a essa demanda”, defende a advogada.

Com o novo marco legal, o Brasil fortalece seu protagonismo na agricultura sustentável e dá um passo importante para consolidar os bioinsumos como uma ferramenta estratégica no campo. Para Lídia Cristina, o momento é de otimismo.

“Temos uma lei moderna, construída com diálogo entre produtores, indústria e governo. Agora é hora de implementar com responsabilidade e aproveitar o potencial transformador dos bioinsumos na nossa agricultura.”

Feras da Sustentabilidade

No Ganhando o Futuro, foi destacado que, quando se trata de nutrição vegetal e produtividade, os fertilizantes da Bioagross são aliados essenciais para os produtores. A linha de fertilizantes foi desenvolvida para atender às necessidades específicas das lavouras do início ao final do ciclo produtivo.

Com nomes inspirados em felinos, a família Felina conta com produtos como Leão, Lince, Guepardo, Onça e Tigre, cada um com uma função específica para potencializar a produção agrícola. Esses fertilizantes contribuem para um manejo mais eficiente e sustentável, garantindo o máximo aproveitamento dos nutrientes no solo. Essa linha de nutrição pode ser adquirida através do site: www.ganhandoofuturo.agross.com.br

O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube.