Garantir uma nutrição equilibrada é essencial para fortalecer as defesas naturais das plantas e reduzir sua vulnerabilidade ao ataque de pragas e doenças. Em entrevista ao programa Ganhando o Futuro, do Canal Rural, a gerente de marketing de bioestimulantes da UPL, Luciane Balzan, destacou a importância de um manejo nutricional adequado para manter a saúde das lavouras e reduzir custos com defensivos.
O papel da adubação no controle de pragas
De acordo com Luciane, uma planta bem nutrida pode desenvolver mecanismos de defesa mais eficazes.
“Se a gente equilibra a adubação, sem excessos ou deficiências, a planta consegue se fortalecer e reduzir sua suscetibilidade a estresses”, explicou.
Elementos como cálcio, cobre e silício, por exemplo, auxiliam na estruturação da parede celular da planta, dificultando a penetração de insetos e patógenos.
Além disso, a nutrição balanceada pode tornar a planta menos atrativa para pragas.
“Algumas pragas preferem tecidos vegetais mais suculentos, e o excesso de determinados nutrientes, como o nitrogênio, pode deixar as folhas mais macias e vulneráveis”, alertou a especialista.
Uso de bioestimulantes e micronutrientes
Luciane ressaltou que há produtos já disponíveis no mercado que contribuem para a proteção natural das plantas, como os bioestimulantes e formulações ricas em silício e micronutrientes. Embora o silício ainda não seja amplamente utilizado como outros elementos, sua aplicação pode fortalecer as plantas contra o ataque de pragas e doenças.
Outro fator importante é o manejo nutricional ao longo de todo o ciclo produtivo.
“Os macronutrientes atuam na estruturação da planta, enquanto os micronutrientes desempenham papéis fisiológicos essenciais. Quando bem equilibrados, ajudam a mitigar estresses ambientais e aumentam a resiliência da cultura”, explicou Luciane.
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Excesso de nitrogênio pode aumentar vulnerabilidade
Se, por um lado, a deficiência nutricional compromete a saúde das plantas, o excesso de certos elementos também pode ser prejudicial. “O nitrogênio em excesso pode deixar as plantas mais suculentas e atrativas para insetos como pulgões e trips, além de reduzir a concentração de lignina, que é uma defesa natural”, alertou a especialista.
O desequilíbrio também pode afetar a estrutura das plantas. “No milho, por exemplo, um excesso de nitrogênio pode tornar os colmos mais quebradiços, aumentando os riscos de acamamento”, destacou.
Comunicação entre plantas e estratégias integradas
Luciane também mencionou que as plantas possuem mecanismos de comunicação entre si.
“Quando uma planta é atacada, ela pode liberar compostos voláteis no ar que avisam as plantas vizinhas, permitindo que elas se preparem com antecedência e ativem suas defesas”, explicou.
No entanto, o controle nutricional deve ser parte de uma estratégia mais ampla de manejo integrado.
“Monitoramento constante, rotação de culturas, uso de bioestimulantes e adoção de técnicas como o Manejo Integrado de Pragas (MIP) ajudam a criar uma lavoura mais equilibrada e resistente”, concluiu.
Para os produtores, a dica principal é investir no monitoramento da lavoura e no diagnóstico nutricional. “Com análises de solo e foliares, é possível ajustar a adubação conforme as reais necessidades da planta, evitando desperdícios e maximizando a produtividade”, finalizou Luciane.
O programa Ganhando o Futuro é exibido no Canal Rural de segunda a quinta-feira, às 8h30 e às 17h. Já às sextas-feiras, o programa vai ao ar às 8h30 e às 18h15. Todos os progrmas estão disponíveis no Youtube.
